O mercantilismo era uma política de controle e incentivo econômico que surgiu na Idade Moderna, onde o estado tinha como objetivo garantir o poder e assegurar o desenvolvimento comercial e financeiro.
Uma das bases do mercantilismo foi o metalismo , em que a riqueza e o poder do estado era medido pelo seu acúmulo de metais preciosos. Foi o quesito onde o estado espanhol investiu.
No séc. XVI, Portugal e Espanha tomaram a dianteira nas mudanças econômicas da Europa e também tomaram a frente na expansão ultramarina, sendo os primeiros a se beneficiarem das riquezas das regiões descobertas. A Espanha acumulou metais preciosos rapidamente, graças à colonização. Os outros países europeus tomaram a política de uma "balança comercial favorável", procurando aumentar suas exportações e restringir as importações. Assim, os ganhos seriam maiores que os gastos e a diferença iria para as riquezas do país.
O caso na Espanha demonstrou o quanto a política metalista era enganosa. No séc. XV, a Espanha era o país mais rico da Europa graças às riquezas vindas de suas colônias na América. Porém, o atraso da produção da manufatura e da agricultura espanhola, políticas que já estavam relativamente desenvolvidas em outros países, deu a necessidade de a Espanha ter que importar praticamente tudo que precisava consumir. Como essas importações eram pagas em ouro e prata, que eram os metais preciosos que vinham das colônias, as riquezas que chegavam para a Espanha eram logo desviadas para o resto da Europa. Rapidamente, a Espanha se tornou a "garganta que levava o ouro para o estômago de países mais desenvolvidos industrial e economicamente, como Inglaterra, Holanda e França".
A partir desse exemplo, a balança comercial favorável transformou-se no segundo principio mais importante do mercantilismo europeu. Como os metais preciosos constituíam o principal meio de pagamento nas relações econômicas internacionais, o surgimento do comércio exterior tornou-se a forma por excelência de acumulação de ouro e prata - cada país procurava exportar o máximo e importar o mínimo para obter uma balança comercial favorável. Essa política de incremento unilateral do comércio exterior acabou gerando um nacionalismo econômico exagerado, que se tornou uma das principais causas das guerras permanentes entre as grandes potências européias nos tempos modernos.
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