quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vida e obra de Michelangelo (postado por Bruno)

O nascimento de um gênio

Michelangelo nasceu em 6 de março de 1475, em Caprese, província florentina. Seu pai Ludovico era uma pessoa violenta, se dizia "tenente de Deus", e sua mãe morreu quando ele tinha 6 anos de idade. Michelangelo tinha 5 irmãos.
Ele foi entregue aos cuidados de uma ama-de-leite cujo marido era cortador de mármore. Michelangelo costumava brincar, dizendo que foi isso que lhe deu a vocação de escultor.
Michelangelo apanhava constantemente do seu pai e dos irmãos dele, pois ele enchia as folhas dos seus cadernos escolares de desenho; não dava valor a nenhuma disciplina, a não ser artes. Seu pai considerava vergonhoso ter um filho artista na família, logo uma família de aristocrática linhagem florentina. E Michelangelo sempre levava consigo o orgulho familiar. Ele preferia ser chamado de Michelangelo Buonarroti do que Michelangelo, o escultor.
Ele finalmente conseguiu vencer o pai aos 13 anos, quando entrou, como aprendiz, no estúdio de Domenico Ghirlandaio, considerado o grande mestre da pintura de Florença na época. Michelangelo, porém, não gostou do ensino, que segundo ele era monótono. Ele considerava a pintura uma arte limitada, e dizia que estava buscando uma expressão mais monumental e ampla.

Florença

Deixando Ghirlandaio, Michelangelo vai para Florença, onde o mecenas Lourenço, o
Magnífico, mantinha nos jardins de São Marcos. Lourenço interessa-se pelo novo estudante: aloja
-o no palácio, faz com que sente à mesa de seus filhos. Michelangelo está em pleno ambiente fisico e cultural do Renascimento italiano. A atmosfera, poética e erudita, evoca a magnificência da Grécia Antiga, seu ideal de beleza - baseado no equilibrio das formas -, sua concepção de mundo - a filosofia de Platão.
Na Igreja del Carmine, Michelangelo copia os afrescos de Masaccio. Participa de palestras sobre filosofia e estética. O seu temperamento irônico e sua impaciência com a lentidão dos colegas lhe acabou dando o primeiro - e irreparável - encontro com a hostilidade alheia. Após ridicularizar o trabalho de um companheiro agressivo e vaidoso, Michelangelo leva um forte golpe no rosto que desfigurou para sempre seu nariz.
Em 1490, Michelangelo com 15 anos, chega na cidade um monge que vem profetizando que uma grande catástrofe ia cair sobre a cidade. Em 1492, Lourenço morre. Em 1494, a revolução estoura. Um mês antes, Michelangelo fugira para Veneza.

Principais obras

Passa-se um tempo e Michelangelo, triste após Savonarola, o monge, ser queimado e vários de seus partidários perseguidos, entre um deles seu próprio irmão Leonardo, Michelangelo esculpe Pietá, onde se mostra uma melancolia indescritível.
Em 1501, surge dele a 1ª obra madura. Michelangelo encontra, na frente de uma igreja, um bloco imenso de mármore, que deveria ter sido talhado por um escultor, mas este morreu repentinamente, deixando o bloco à espera. Michelangelo, então, decidiu trabalhá-lo, e desse trabalho surgiu um colossal Davi, símbolo de sua luta contra o destino, como Davi e Golias.
Uma comissão de artistas dos mais importantes da época, dentre eles Leonardo da Vinci, Botticelli, Filippino Lippi e Perugino, interroga Michelangelo para saber onde a escultura, que deslumbra a todos que a vêem, deveria ficar. E ele respondeu com segurança que ela deveria ficar na praça central de Florença, defronte ao palácio da Senhoria.

Michelangelo ainda fez várias outras obras e várias pinturas dele são conhecidas, como a Sagrada Família e Criação do Homem - esse último está presente na Capela Sistina.

Os últimos anos do mestre ainda foram fecundos, só que em outra atividade: a arquitetura. Projetou o Capitólio - lugar onde se reúne o senado italiano - e a Igreja de São João dos Florentinos (cujo projeto se perdeu.)

Ainda encontra energias para esculpir. Renegando cada vez mais o mundo, Michelangelo busca uma união mística com o Cristo. Sua criação, como a de Botticelli no final da vida, é toda voltada para as cenas da Paixão. De pé, aos 88 anos de idade, ele elabora penosa e amorosamente uma Pietá, até que a doença o acorrente em definitivo ao leito, onde - com absoluta lucidez - dita um testamento comovente, pedindo "regressar pelo menos já morto" à sua adorada e inesquecível Florença, doando sua alma a Deus e seu corpo à terra. O seu gênio, ele já o tinha legado à humanidade.

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